Hoje não sei o que fazer. Tenho mil e uma ideias para escrever e apenas carrego no delete. Penso que escrever trezentas páginas é uma brincadeira e só faço meia página A5. Por vezes faço outras coisas para ter algo do dia a dia que mereça uma reflexão e o que ganho são chatices, incómodos, asneiras, berros.
(O QUE HEI DE ESCREVER, CARAMBA?)
Será que pessoas como Saramago, Sepúlveda, Sousa Tavares, Queirós, Verne ficaram a olhar para a sua caneta, para a sua folha, para o seu ecrã, para o seu computador, para a sua parede… e perderam horas, dias, semanas sem trabalhar no seu ofício, no seu hobbie, no seu passatempo. Limitaram-se a corrigir os erros que fizeram? Será que se deram ao trabalho de substituir um da por um de só para mudar o enredo e terem que rasgar tudo, de trocar de caneta, de massacrar o rato?
(caramba só queria escrever que preciso de ti)

