A chave era, afinal, do cofre dela. Chave dos caprichos. Chave das teimas. Chave do mundo.
Tudo por causa do cofre pequeno com grandes dimensões que continha tudo o que ela tinha levado de mim. Tudo devido à chave que me abria e que me expunha por completo. Aquela chave, minúscula mas poderosa, que ela usou para possuir vários mortais antes de mim. Após arrebatar tudo o que tinha nas minhas posses, ela parte à conquista de cofres de outros homens ingénuos como eu. Achei que o melhor que poderia fazer para reaver o que me ela levou seria retirar-lhe tudo o que era dela, tudo mesmo. Com a faca numa mão e a chave noutra, aprecio o que acabo de fazer. Deixo de parte a arma branca e abro o cofre apressado. Consigo o que quero, mas no cofre ficam também os bens de outros. Não tenho outra missão senão devolver tudo. Este cofre é o que agora mantêm aquela mulher viva!