Estamos em 2015 e vivemos em democracia. Confesso que os tempos são difíceis, mas certamente antes de 1974 seria muito pior. Será que se eu vivesse agora nesta ditadura que foi criada em 1933 iria ter privações.
Ui, se ia.
Em termos de música, era tudo censurado a torto e a direito. Grande parte das músicas que contêm conteúdo explícito, nomeadamente de de cariz sexual, seriam desconhecidas para os portuguesas. Lá se ia a Nicki Minaj e afins. Não haveriam festas populares nos domingos à tarde com transmissão em direto em parte dos canais de televisão. Outra banda que eu nunca iria ter conhecimento na vida seria Rage Against The Machine, um grupo de rap metal conhecido por trazer ter letras de protesto contra vários assuntos, como política, racismo, desigualdades sociais, entre outros. Nunca iria ouvir um solo de Tom Morello por fazerem contestação contra alguns assuntos relativos aos EUA que podiam ser usados como termo de comparação em Portugal.
Muitos livros seriam proibidos. Ninguém iria vibrar com as aventuras de Anastasia Steele e Christian Grey, pois haveria vários tabus em relação à forma como algumas pessoas demonstram o seu amor. O filme inspirado nestes livros seria igualmente censurado (e não seria apenas em partes).
O Benfica seria sempre campeão. Melhor dizendo, pouca gente seria portista. Ser tripeiro era como ser de outro partido. Outra coisa que não haveria seria a variedade de partidos políticos; haveria apenas e só aquele que o ditador queria. Estou quase a completar dezoito anos e em outubro de 2015 não teria o direito de votar em ninguém.
Basicamente iamos estar de mãos e pés amarrados. Seríamos um país atrasado, com pouca cultura, poucos rendimentos e pouca abertura a outros países. A União Europeia e a ONU condenaria a nossa atitude. Vários países iriam desprezar-nos e por causa desta vontade de sermos conservadores e liberais certamente iríamos declarar guerra a países que se opusessem aos ideais do Estado. No entanto, com este excesso de liberdade, penso que há coisas que passam dos limites.